Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 08:17
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desabafo....
Estou explodindo de raiva, mas não posso demonstrar. Graças aos olhares de ironia e das acusações que me fazem dia após dia; Coisas que me furam como flechas lançadas por um arco muito retesado e que são quase impossíveis de serem retiradas de meu corpo. Gostaria de gritar: “me deixem em paz, deixem que eu tenha pelo menos uma noite sem chorar e até dormir com os olhos ardendo e a cabeça latejando. Deixem que eu vá embora, embora de tudo embora, deste mundo!!!” Mas eu não posso fazer isso. Não posso deixar que eles vejam minhas dúvidas, nem as feridas que me causam. Não consigo suportar sua simpatia ou seu humor. Isso me enoja.
Quando falo, todos acham que estou querendo aparecer, que sou ridículo quando fico quieto, insolente quando respondo, inteligente quando tenho uma boa idéia, preguiçoso quando estou cansado, egoísta quando como um pouquinho a mais do que deveria, imbecil, covarde, calculista e outros adjetivos. Dizem que sou uma criança irritante, e apesar de rir e fingir que não me importo, eu me importo, sim. Gostaria de pedir a Deus que me desse outra personalidade, uma que não criasse antagonismo com todo mundo.
Mas isso é impossível. Estou preso ao caráter com qual nasci, e, mesmo assim, tenho certeza de que não sou má pessoa. Faço o máximo para agradar a todos, mais do que eles suspeitariam num milhão de anos.
Pra mim é impossível ser sorridente num dia e venenoso no outro. Talvez eu trate os outros com o mesmo desprezo com que me tratam!
Escrito por Anne Frank, sentido por Ramon Rosa
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