Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 08:17
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Balada de um Mago Tolo- O Teatro do Amor.
"É engraçado como se chora, às vezes. Como choramos.
Como dói o coração. Como sofremos as terríveis dores do amar,
E as intensas angústias do não amar.
E, à Divina Providência eu pergunto, às vezes,
Que não lhe convém incomodar por qualquer besteira,
Mas inquiro-lha o porquê de tanta dor.
Porque não posso amar quem tanto me ama,
Quem daria por mim a própria vida,
E acabo por dar a vida e amar quem tão pouco me quer bem.
E, entre os soluços abafados e as lágrimas secretas,
Que rolam quentes por meu rosto enrubescido,
Quase pareço ouvir sua voz a responder:
“Tolo, esquece a dor e ri, pois que o viver é nada mais do que uma peça de teatro, e o mundo um palco;
Aproveita teu ato, cada cena e ri, pois que ele logo passa e tu te vais;
Outro toma o teu lugar; De ti não se lembrarão jamais”.
Então seco uma lágrima teimosa, inconveniente, com as costas da mão. Respiro forte, parece partir-me todo o coração. E firmo os olhos.
Afino os ouvidos, ouço-te vindo de novo.
E só o me olhar já me perturba.
Desvia-os de mim, te imploro, desvia estes teus olhos,
Que, para meu débil coração são flechas letais
E meu peito nu, nem escudo tem para desviá-las.
E quando tu sorris, me derrotas por completo...
Mas quando me tocas, meu Amor, quando me tocas,
Sorves minha vida, minha dor, minha ciência
E o que mais houver em mim...
E então eu passo a sorrir, pobre de mim
Pois em seguida tu te vais, e me deixas só.
E eu não mais choro, nem soluço
Na verdade nem respiro,
Porque quando partiste,
Me deixaste morto"...
Autor J. Nildo Gomes
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