antipoética

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 05:30

0

Teimosamente, deitado ali
À beira de um abraço tímido,
Noturno, porem diurnamente ensaiado como apogeu da vida: lhe toquei! 
Inspiro e percebo aflito o ar que rodeio todo quarto, como numa inveja por lhe ser permitido aproximar-se sem pudor, sem excessos regrados nao sei por que, nao sei por quem. 
O ar me some. Nao lhe quero incomodar, e em meu peito o batimento de meu coração, afetado pela cardiomegalia de voce, insiste numa musica a la Sandy Junior, tatuado num "turuturu que nao tem jeito". 
Uau olhe o que vejo. Tudo esta sombreado pela luz que invade a janela. É madrugada, e vejo ao meu lado o arrepio de um "para sempre feliz". É você. Imagino-lhe nao despido o corpo, mas sua alma nua. Despida do medo e incertezas. Desfilando em minha mão, segura no toque que ensaio desde que me perdi em alguns sentidos. Nu de todos os nossos medos, onde a cabeça encontra o ombro firme afetuosamente encaixada num descanso Ainda indecifrável! 
À essa anti poética noturna, chamo certeza a insegurança e fraqueza ao sorriso seguido do verdume de olhos que me fazem repensar a vida, agora feliz. 
A esse drummond-se falho, chamo o sentido: você é, em outras frases menos rebuscadas, o excesso e a falta dele! A incoerência de meus fusos horários, pensamentos e meus detalhes despercebidos na fala. 

Repare bem! 
A poesia mudou. 
Antipoetico, juro, 
Poetizei o amor.