E se eu puder ser feliz só por esse momento,
Só por esse momento serei feliz.
E se puder sorrir só por pouco tempo,
Irei sorrir movido a uma força motriz.
É exata a sensação de desprendimento.
E antes eu cantava feliz
Inexata sequidão e arrependimento
Outrora eu cantava feliz.
E puder ser por um momento
Me atreverei ser para sempre,
Sempre quis.
E serei novamente o eu tento:
Ser movido pela tal força motriz.
Ah, quem me dera.
Reviver o sorriso pelos dias a frente
E sentar a mesa
E ser feliz por um momento
E ter na vida, contente.
Ah quem me dera, essa vontade insistente.
E se eu puder a felicidade por assim dizer,
Tornarei minha volta a cor que eu puder ser.
E sorrir por esse momento.
E só por esse momento serei feliz.
E nesse momento que tento,
Serei eternamente o tormento
Do momento em que eu fui feliz.
Há uma crueldade no tempo que, se esmiuçada cautelosamente, traz à tona nosso marasmo, nosso abandono. O esquecimento.
Como se o laço de um afeto rompido, outrora forte e eterno, agora fraco, e com um fim. Ou o contrário disso, a crueldade jamais existira e fora apenas o carinho, e sua peculiaridade de se apresentar. Misto confuso, confesso. Confuso a ponto de trajar o fim, numa apneia infantil e 'arrocheadora' cujo o final não leva ao final. Lugar nenhum, na verdade. E nao bastasse o tempo, o medo, e a apneia, há o tempo o medo e a apneia. Novamente. Ciclos. Tempo cruel, esse.
Há uma crueldade no tempo, que se esmiuçada vorazmente, expõe a fraqueza, e a solidão.
Deprimente.
Ramon S. Rosa.
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