Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 08:11

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Poesia

Ah. Poetizamos demais. Poetizamos cada momento de nossa vida, e nos contradizemos por não sabermos o valor daquilo que sentimos: é tudo poesia.
Se chorarmos, a poesia desce a substituir nossa lágrima. Quando nossos olhos inconscientemente deixam-nas cair, nos sentimos, pelo vício, aptos para 'tocarmos' alguém com o que escrevemos. E assim eternizamos com uma poesia aquilo que outrora fora o motivo do que sentimos;
Os sorrisos são parte desse ciclo infindável. Fazem parte dos momentos em que enchemos nosso coração de rimas, momentos que os inspiram a dar vida a nossos textos, nos inspiram a continuar inspirados pela poesia que advém deles mesmos.
E discorremos assim de nossos problemas. Discorremos à cerca daquilo que sentimos, ou que deixamos de sentir; Assemelhamo-nos àqueles que, por sua vez, também cometem o crime de poetizarem-se por completo.
Mas nada é tão intrigante quanto o poetizar do 'nada'. Aquelas horas que nos sentimentos perdidos, deslocados, quer estejamos em qualquer lugar. Quando paramos e percebemos que estamos vazios 'quase' que por completo, e sentimos 'um nada' dentro de nós; um nada que nos sufoca, que nos obriga a poetizá-lo... E assim 'esmagado' por um sentimento que na verdade não sentimos, poetizamos no vazio de algo que queremos sentir.

O poeta poetiza a vida. A poesia poetiza a vida. E de fato a vida vem sendo moldada pela poesia dos mais diversos sentimentos. A minha vida tem sido poetizada com meus sorrisos, com minhas lágrimas... Mas também com meu silêncio. Com o silêncio do meu coração. Com o silêncio de meus lábios...

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