O que adianta?

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 17:58

0

O que adianta me vestir como príncipe

Ter os olhos brilhando, e a vida sonhando

Ter sorrisos eternos, e a vida tão alerta

Dos destinos que quero pra essa vida incerta

O que me adianta, tanta gente por perto

Tanta música solta, tanta coisa revolta

O que me adianta ver a luz em um túnel

E viver pra esperar, esperar infortúnios

De que me adiantam, todos dons e talentos

Tanta agenda lotada, tanta falta de tempo

Tanta sociedade, tantos gritos de amor

Todo aplauso, todo flash, toda dor

De que me adiantam os conselhos mal dados

As pessoas amigas, os irmãos afastados

De que me adianta a dinâmica da vida

Ou a inércia da morte, sem lembranças suicidas

De que me adianta tanta paz e tanta guerra

Se dentro de mim a espera é eterna.

Se dentro de mim o vazio preenche

Se dentro de mim o coração já não sente

De que me adianta a sua compaixão

Se tudo o que quero é que toque minhas mãos

Que olhem em meus olhos e sorriam pra mim

Que digam que amam, ou simplesmente, sim

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 16:27

0

Nada o que se diz, prova-se ser em nada que é feito, pondera-se ver;

Em nada construído, faz-se a face ser.

Nada do que foi dito, faria em mim, crer.

Do nada em que fui visto, torno-me um.

Em tudo que vivo, nada e nenhum;

Planos em planos caminhos; retas, flechas, espinhos;

No nada em que estou

Ao nada que vou; Esperanças, discordâncias, relutâncias.

Nada o que me diz, prova-me em ser um aprendiz.

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 19:16

0

Sinto saudades dos olhares não trocados
Sinto saudades das frases incompletas
Das mãos que não se tocaram
E dos versos que eram secretos

Sinto falta de estar na ausência
Sinto falta de andar em sequência
Do cabelo perdido pelo tempo
De suar pela ausência de vento

Sinto tanto ser o que sou!
A falta de estar onde estou
O amor que em mim não nasceu
A dor que ninguém percebeu

Sinto falta de ter esperança
E saudade daquela lembrança
Sinto tanto não ser como era
E não viver mais em espera

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 19:04

0

Eu só queria mudar de vez em quando
Vivere completar todos os planos
Me perder num lugar novo pra mim
Me encontrar numa resposta dizendo sim
Eu só queria correr sem me cansar
Só queria todo dia me apaixonar
Dizer a todos o que aconteceu
E gargalhar do espanto de quem não percebeu
Eu só queria falar fluente alguma vez
Ou fazer aquilo que ninguém nunca fez
Elaborar histórias e me emocionar
Com todas as memórias que eu contar
Eu só queria sentir aquela paz
Ou algo parecido de um tempo atraz
Eu só queria não querer
Agora, o fim ou o que tiver de ser.

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 19:07

0

Eu sou. E assim começo o poema: Eu sou.

Um emaranhado de esquemas

Dizendo que sou. E se passo algum tempo

Vivendo e não sendo, eu digo que sou;

Eu minto. Que seja o que sinto e o que tento.

Eu sou. Aquela frase incompleta. O vento de um poeta, que é, que vive pra ser, pra sentir, só viver.

Eu sou o que procuro ter. Não me completo, nunca o disse. Mas me basto a quem quer que visse ...

Sou. Assim termino o esquema. Não uso mais o EU, não por algum problema. É que me oculto, ma tornando um vulto à este poema.

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 11:46

0

O espanto não me acorda mais

Tampouco a dor incomoda,

Nem o vacilo me cobra

Ou os passos me faltam.

O sorriso me diz

Me guiando por olhos claros

Tornando-me aprendiz

De certo, levado, ao que condiz

Com o erro ou acerto,

O tal sorriso por medo

Lançado ao esquecimento

Deixado ao desdobramento.

Parado oscilante

Pensativo e distante

Num futuro sorriso claro

Da paz sentida ao lado

Do pecado interno eu saro.

Sou

Posted by Ramon S Rosa | Posted in | Posted on 17:30

0

Sou redundante demais para ser poeta

Evidente demais para uma vida secreta

Crescido demais para voltar às origens

Esquecido demais para lembrar o que dizem

Sou muito grande pra questões tão pequenas

Sou mais do que forte em questões tão efêmeras

E distraído demais pra entender

Sou e não sou o que tiver de ser

Sou o primeiro ou último da fila

Sou alguns anos passados em vazios em vida

Perto demais pra ser notado

Complexo e em paz, pra ser amado

Simples demais pra ser o que quero

Simples demais pra dizer que espero

Não muito ágil em meus pensamentos

Não muito simples em meus sentimentos

Homem demais pra chorar de saudade

Sensível demais pra matar a vontade

Sob medida pra me ver no espelho

Fora de forma pra dar um conselho

Sou novo demais pra entender o amor

Vivido demais por estagnar numa dor

Não sei escolher o que quero viver

Por isso sou fraco, por não me fazer