Sou redundante demais para ser poeta
Evidente demais para uma vida secreta
Crescido demais para voltar às origens
Esquecido demais para lembrar o que dizem
Sou muito grande pra questões tão pequenas
Sou mais do que forte em questões tão efêmeras
E distraído demais pra entender
Sou e não sou o que tiver de ser
Sou o primeiro ou último da fila
Sou alguns anos passados em vazios em vida
Perto demais pra ser notado
Complexo e em paz, pra ser amado
Simples demais pra ser o que quero
Simples demais pra dizer que espero
Não muito ágil em meus pensamentos
Não muito simples em meus sentimentos
Homem demais pra chorar de saudade
Sensível demais pra matar a vontade
Sob medida pra me ver no espelho
Fora de forma pra dar um conselho
Sou novo demais pra entender o amor
Vivido demais por estagnar numa dor
Não sei escolher o que quero viver
Por isso sou fraco, por não me fazer